O rico patrimônio dos rotarianos

Por ocasião das comemorações do centenário do Rotary no Brasil, vale a reflexão sobre o texto a seguir.

Por Jorge Gomez Lagos* –

A palavra PATRIMÔNIO vem do latim, PATRIS “PAI”, ONIUM “RECEBIDO”. Originalmente a ênfase estava no ato da transmissão; atualmente é constituído pelo conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica.

Em relação ao patrimônio rotário, tanto tangível e intangível, quanto material e imaterial, é notório que ele foi adquirido, gerado e transmitido desde os tempos mais remotos. Se por um lado é integrado pela recriação do escritório de advocacia PAUL HARRIS, sua estátua, as obras materiais do Rotarismo, por outro são os episódios memoráveis, bolsas de estudos, intercâmbios profissionais, contribuições para aliviar doenças, mediações para prevenir conflitos, os laços de amizade entre rotarianos nacionais e estrangeiros.

Como consequência de uma ideia de Arch Klumph, para a criação, em 1917, de um fundo destinado a “Fazer o bem no mundo”, surgiria a Fundação Rotária (Convenção de 1928), como instrumento fundamental de sustentação da nossa organização.

Imateriais são também a Prova Quádrupla do rotariano Herbert Taylor, em 1932, e os lemas rotários, dos quais extraímos “Rotary é a esperança em ação” do presidente do Rotary International Joaquin Serratosa Cibils, 1953-1954.

Parte de nossa glória também são o apadrinhamento de clubes nos países da região, as diferentes conformações dos sucessivos distritos, o nascimento de novos clubes, as governadorias prestigiosas e frutíferas, a gloriosa longevidade rotária dos associados, as madrugadas passando por perigosas neblinas para participar de um PETS, de uma Assembleia ou de uma Conferência.

As lembranças pessoais ou coletivas de uma Convenção, a substituição de autoridades, o ingresso de um associado, as reuniões de companheirismo, uma premiação ou um boletim informativo, que impulsiona o entusiasmo rotário por muitos anos. Também a memória dos queridos rotarianos que já partiram deste mundo, mas que permanecem em nosso reconhecimento e gratidão.

Caminhamos rumo ao futuro, mas somos guardiões de nosso valioso patrimônio. Como disse Octavio Paz, definimo-nos não só pela nossa atitude perante o futuro, mas também perante o passado, porque as memórias não são menos reveladoras do que os projetos.

*Ex-presidente do Rotary Club de Tacuarembo, Uruguai

(Fonte: Boletín del Rotary Club de Durazno, Uruguai, D. 4975, novembro 2021, via Boletín Rotario Interdistrital, nº 344, tradução livre)