Por Ernoe Eger e Vera Canto Bertagnoli, coordenadores regionais da Imagem Pública para as Zonas Rotárias 22A e 23A, e para a Zona 22B, respectivamente –
As pessoas têm diferentes percepções da imagem de algo, incluindo do Rotary, e isso se evidencia melhor quando colocamos distintas gerações diante de um mesmo fato e há desconhecimento de causa ou são formados juízos de valor.
Recebemos uma interessante mensagem de um jovem rotariano que diz o seguinte: “Infelizmente, vemos nossos Rotary Clubs se esvaziarem devido ao excesso de normas, cartilhas, estatutos e dirigentes ultrapassados. Se não dermos oportunidades de mudanças aos novos dirigentes, seremos reduzidos a rotarianos idosos, sem perspectivas de crescimento da nossa entidade”.
À parte a impetuosidade natural da geração Y, identificamos que este jovem rotariano não sabe que, independentemente da idade, qualquer rotariano pode promover mudanças por meio do Conselho de Legislação. Temos aí um claro desconhecimento de causa, que pode levar a uma renúncia caso não haja uma devida orientação. Trata-se, portanto, de falta de conhecimento rotário.
Nossa dificuldade maior com o aumento do quadro associativo não está na admissão de novos associados, mas no fenômeno da renúncia. Com o propósito de orientar nossos clubes e distritos, divulgaremos a seguir dez pontos a serem considerados quando da admissão de um novo rotariano ou uma nova rotariana:
Por que um associado renuncia?
1. Renuncia porque se ofendeu com algum comentário ou atitude de um companheiro de clube. Talvez não lhe tenham explicado que o Rotary é uma escola de vida, na qual não cabe a hipersensibilidade, pois todo o espaço rotário deve estar ocupado pela tolerância.
2. Renuncia porque se julga injustiçado com a distribuição de cargos no clube. Talvez não lhe tenham explicado que no Rotary não existe uma “carreira profissional”, e que todos os cargos são postos transitórios de serviço. No Rotary “não se consegue, se dá”.
3. Renuncia porque não pode ser amigo de todos os seus companheiros de clube. Talvez não lhe tenham explicado que o Rotary não é um clube de amigos e que a amizade no Rotary deve ser entendida como um clima, e não como uma relação obrigatória de todos com todos.
4. Renuncia porque os custos não estão de acordo com o seu orçamento. Talvez não lhe tenham explicado que o Rotary é um corte transversal de sua comunidade, e que isso também se aplica ao campo econômico. (Continuaremos com os seis pontos restantes e a conclusão na próxima edição).
(Publicado na Revista Rotary Brasil, edição de abril de 2015. Fonte: site da Revista)
Concluindo a coluna da edição passada, sugerimos mais algumas respostas para a pergunta acima.
5. Renuncia por falta de informação (“não me falaram”, “não me avisaram”, “não fiquei sabendo” etc.). Talvez não lhe tenham explicado que todos os rotarianos têm à sua disposição e alcance toda a informação rotária que existe, e que a única coisa que se necessita fazer é consultá-la, porque o processo de comunicação, além de emissores criativos, necessita também de receptores ativos.
6. Renuncia porque tem pouco tempo e não pode fazer as coisas. Talvez não lhe tenham explicado que o Rotary é um fenômeno individual e não coletivo – uma importante diferença em relação a outras instituições parecidas –, e que nossa roda rotária tem 24 dentes porque se é rotariano ou rotariana durante as 24 horas do dia e não somente durante o tempo da reunião semanal.
7. Renuncia porque o clube faz pouco por sua comunidade. Talvez não lhe tenham explicado que o Rotary faz filantropia, mas não é uma organização filantrópica; que o Rotary faz caridade, mas não é instituição de caridade; que o Rotary faz coisas, mas que sua missão é fazer gente; que Paul Harris disse: “As boas obras não são a única coisa que existe no Rotary, as boas obras são tão somente a expressão de algo que existe intrinsecamente nas pessoas, que as fizeram ou ajudaram a torná-las realidade”.
8. Renuncia porque o clube não atende suficientemente aos problemas de fome, educação e saúde. Talvez não lhe tenham explicado que a missão do Rotary é atender à dignidade humana e que esta dignidade passa pela fome, educação e saúde, mas não termina aí.
9. Renuncia porque a conduta de alguns rotarianos não combina 100% com os nossos ou seus princípios. Talvez não lhe tenham explicado que o Rotary é formado por homens e mulheres, não por anjos, e todos têm consciência de sua imperfeição e de que devem melhorar esta condição; que o Rotary, mais do que um conclave de seres humanos perfeitos, é um campo de treinamento para o aperfeiçoamento pessoal e coletivo.
10. Renuncia porque não o deixaram agir ou não lhe solicitaram a participação. Talvez não lhe tenham explicado que o genial no Rotary é a ação individual, que o voluntariado no clube ou no distrito se dá por adesão, que ser convocado pode facilitar a tarefa, porém não sê-lo não é pretexto para não participar. Talvez não lhe tenham explicado que no Rotary não cabe o “se precisar de uma mão, me avisa”. Pelo contrário, sempre se deve ser uma mão solidária disponível. Ninguém deve nos avisar de que necessita de ajuda; é nossa tarefa nos darmos conta disto.
Vamos juntos desenvolver a conscientização rotária!
Artigo original de Osvaldo Diaz De Souza, governador 1992-93 do distrito 4890, Argentina (extraído do boletim Prensa Rotária do Rotary Club de General Urquiza).
(Publicado na Revista Rotary Brasil, edição de maio de 2015. Fonte: site da Revista)
